quarta-feira, agosto 26, 2009

Microsoft embranquece na Polônia

Por mais que queiramos o contrário, a questão racial - a discriminação e o preconceito - insite em ser uma polêmica atual. Um episódio recente nos lembra o quanto o assunto ainda rende.

Esta semana, a Microsoft pediu desculpas pela alteração de um negro por um branco em um anúncio veiculado na Polônia.

Exibida inicialmente nos EUA, a propaganda mostrava dois homens (um asiático e um negro) e uma mulher (branca) sentados à mesa de reunião. Com uma diversidade étnica no visual e o seguinte
slogan: "Capacitar seu pessoal, com as ferramentas de informática que eles precisam".

Quando chegou à Polônia, a mesma imagem havia sido alterada de modo simplório, removendo apenas o rosto do negro (deixando seu corpo na mesma postura) e o substituindo pelo rosto de um branco. A colagem é clara e não deixa mentir.

Muitas têm sido as manifestações de quem não vê ali qualquer sinal de racismo, mas apenas uma adaptação à realidade polonesa. Seguindo esse raciocínio, não seria de bom gosto mostrar etnias diferentes das que compõem o lugar de destino de uma propaganda. Assim, apenas judeus barbudos devem estar nos anúncios que vão para Israel, somente mulheres de burka na publicidade islâmica, só orientais nas propagandas da Ásia e apenas negros podem ser vistos na África.

Isso seria praticamente uma versão globalizada do apartheid, onde os diversos povos deste planeta não comprariam um produto representado por um "estranho", ou seja, alguém que não represente os padrões de beleza exigido pelos países globalizadores.

Ora bolas, qual o problema de mostrar índios na Rússia, brancos no Marrocos, japoneses na Itália ou negros na Polônia? Somos todos humanos! Sentimos da mesma forma a dor e o prazer. Um produto que queira ser reconhecido como internacional usa essa diversidade ao seu favor, mostrando o poder da sua marca, e não a restringindo.

O tempo inteiro somos bombardeados por um repertório de anúncios que não necessariamente se encaixam em nossa realidade. A globalização, quando é feita no sentido contrário parece incomodar. Assistimos à reality shows, ouvimos música americana e comemos hambúgueres, queremos bolsas italianas e perfumes franceses, compramos tecnologia japonesa... e tudo isso sem reclamar!


A justificativa de quem não vê racismo algum na "adaptação" não se sustenta, até porque o oriental continua lá na foto. É lamentável que um problema sério ainda seja desmerecido como uma mania de perseguição ou vitimização utilitarista. Qualquer forma de racismo deve ser combatida de forma séria e tenaz.

A mensagem inical da Microsoft que mesclava a foto e o slogan tinha tudo para servir de exemplo de como as diversas etnias se encaixam bem na ideia das "ferramentas", cada uma com a sua importância. Mas, infelizmente, o anúncio se tornou um exemplo de que o racismo ainda vive, por mais que tentemos negá-lo.

Thiago Mattos.

PS: Os outros anúncios mostrados ao longo do texto são também exemplos claros de racismo. O xampu que "conserta" os cabelos rebeldes; o sabonete que chama o menino negro de sujo e o pergunta por que ele não se lava com o sabonete Vinolia; e a publicidade de um achocolatado francês (utilizada desde 1915) que recentemente considerada racista e retirada de circulação.

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segunda-feira, agosto 24, 2009

Os dez maiores guitarristas do mundo

A revista Time elegeu os dez melhores guitarristas do mundo.
Alguma dúvida de que Jimi Hendrix ficaria com a primeira posição?

"Ninguém combinou o blues, o rock e a psicodelia com tanta facilidade nem empunhou uma guitarra com tanto carisma", diz a revista.
Slash ficou com o segundo lugar: "Um guitarrista preciso que teve que aturar com mais merda dos vocalistas quanto nenhum outro na lista".

Em seguida, aparece B.B. King com sua guitarra Lucille; Keith Richards, o criador dos riffs mais memoráveis; e, fluente em todos os estilos do blues, Eric Clapton fica em quinto lugar.

Jimmy Page, Chuck Berry, Les Paul, Yngwie Malmsteen, Prince e Johnny Ramone ocupam as demais posições.

Alguém discorda?

Thiago Mattos.

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quinta-feira, agosto 20, 2009

Quantos minutos você trabalha para poder comprar um Big Mac?

O índice Big Mac compara o real poder de compra de várias moedas do mundo. Com base nele, a revista The Economist divulgou uma tabela (baseada em dados do banco suíço UBS) mostrando o quanto é preciso trabalhar em diferentes cidades para poder comprar o mesmo sanduíche.

"O tamanho do seu salário pode ser importante, mas o poder que ele tem também é", diz a revista. De acordo com os dados, é possível comprar um Big Mac com apenas 12 minutos de trabalho em cidades como Chicago, Tokyo e Toronto.

Já em lugares como Cidade do México, Jakarta e Naiorobi, é necessário trabalhar mais de duas horas para se obter o mesmo valor. Um pouco acima da média global de 37, um Big Mac custa 40 minutos em São Paulo e 51 minutos no Rio.


Outro artigo da mesma revista, questiona a criação de impostos sobre fast food, que está em pauta nos EUA. Os argumentos para a implantação do novo imposto são os mesmo usados na taxação do álcool, cigarro e jogo: os custos sociais de cada um.

Atualmente, um terço dos estadunidenses são obesos e as despesas médicas com a obesidade ultrapassam os 200 bilhões de dólares por ano. Uma conta ainda mais cara do que a gasta com o tabagismo.

Mas, de acordo com a matéria, uma taxação sobre junk food pouco afetaria o consumo de quem é realmente viciado. Mesmo assim, poder comprar um Big Mac por tão pouco nos EUA é um convite e tanto a quem não tem muito tempo para comer, ou seria para vender?

Thiago Mattos.

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segunda-feira, agosto 17, 2009

Nossa comédia é uma piada... completamente sem graça!

Conhecida pelas listas que cria, a revista Forbes divulgou recentemente os nomes dos dez comediantes que mais ganharam dinheiro no período de um ano (2008-2009). Embora a maioria deles ainda seja desconhecida do público brasileiro, Jerry Seinfeld e Chris Rock encabeçam as primeiras posições.

Seinfeld fez muito sucesso com um programa de TV homônimo, exibido de 1989 a 1998, e até hoje colhe os frutos de seu sucesso. Ele é o número um da lista, com 85 milhões de dólares. Pelo jeito, propagandas para a Microsoft e shows de stand-up ainda lhe pagam muito bem.


No segundo lugar, Chris Rock embolsou 42 milhões de dólares. Inicialmente conhecido no sitcom Todo Mundo Odeia o Chris (Everybody Hates Chris), ele é um dos humoristas que mais têm atraído atenção. Além de ter lançado recentemente pela HBO um novo programa de comédia chamado Kill The Messenger, o comediante também ganha dinheiro com filmes, livros, dublagens, etc.

Aqui no Brasil, para ser comediante e bem pago ao mesmo tempo - e na mesma frase - ainda soa engraçado. Naturalmente alguns desfrutam de certa fama, principalmente na TV, mas, no geral, o humor brasileiro atualmente tem caminhado mais para a tragédia.

Se não contarmos os que não estão mais no ar - seja por morte ou aposentadoria - quais os grandes nomes do humor nacional que sobram? Chico Anysio estava congelado até pouco tempo, Ari Toledo sumiu, Bussunda morreu, Costinha também, sem falar de Oscarito, Grande Otelo e Mazzaropi.

A maioria dos programas de humor assistidos no Brasil são uma piada... completamente sem graça! Zorra Toral, A Turma do Didi, A Praça É Nossa, Pânico na TV, Toma Lá Dá Cá, é difícil nomear o pior de todos.

Talvez o "politicamente correto" tenha tornado as coisas mais complicadas, mas hoje em dia facilmente confundem ser engraçado com ser preconceituoso. E é bom lembrar que é possível sim sacanear homens, mulheres, brancos, negros, gays, judeus, asiáticos, e quem mais for preciso sem ter preconceito. Há uma linha sutil entre o que é realmente engraçado sem precisar ser ofensivo ou racista. Só que ainda não dominamos isso.

É uma linguagem que, se combinada à irreverência brasileira, pode fazer muito sucesso. Vejam, o Chris Rock critica os negros com uma propriedade singular e sem preconceitos. Não que você tenha que ser judeu para fazer piada de judeu ou gay para imitar uma bicha louca, mas esses exemplos nos dão uma dica preciosa. Dizendo que é impossível alguém encontrar sua alma gêmea, o comediante conclui: "Mesmo que aconteça, não será no tempo certo. Você é casada, ele é solteiro... Você é judia, ele é palestino..." E dispara: "Você é negra, ele é negro... Há sempre um obstáculo no caminho!".

Não quero explicar a piada a ninguém, mas espera aí! Não há nada de preconceituoso em dizer que algumas vezes os negros acabam evitando outros negros, pelo contrário, é muito engraçado dizer isso desta forma. Não há ofensa alguma aqui, apenas uma observação contundente de uma sociedade onde a ideologia da discriminação contagia até mesmo a quem é discriminado. O conteúdo da crítica é enorme é há uma baita sutileza na forma de dizer isso.

Mas ainda temos muito a aprender, principalmente que não há mais nada de engraçado em continuar dando tanta audiência a programas que só continuam porque ainda há quem os assista.

Thiago Mattos.

Colagem: Carlos de Castro





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sábado, agosto 15, 2009

40 anos de Woodstock



Para relembrar os 40 anos de Woodstock, senhoras e senhores,
com vocês... Joe Cocker!!!

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quinta-feira, agosto 13, 2009

Os polêmicos peitos alemães

Às vésperas das eleições alemãs de Setembro, cartazes de campanha exibindo um senhor decote da chanceler Angela Merkel estão dando o que falar.

Na foto do cartaz, ao lado da chanceler e com outro decote no mesmo nível, aparece a candidata ao parlamento alemão Vera Lengsfeld, 57 anos. E também uma frase sugestiva: "Nós temos mais a oferecer".

Lengsfeld concorre pela União Democrata Cristã (UDN) – mesmo partido que Merkel – e em um distrito altamente esquerdista de Berlim (Kreuzberg-Friedrichshain). Em entrevista ao jornal popular Bild, ela disse que precisava de um cartaz chamativo para a eleição, já que seu partido obteve apenas 12,4% dos votos na última eleição, há quatro anos.

Com o cartaz, a polêmica candidata (e ex-ativista pelos direitos civis da Alemanha Oriental) acabou irritando a liderança do partido. A foto de Merkel havia sido tirada numa visita da chanceler à inauguração da Ópera de Oslo, em abril de 2008, e causou a mesma surpresa na época.


Mas se a ideia era chamar atenção, a tarefa está cumprida. Afinal, quem não toma um susto ao ver metade dos peitos de uma senhora para fora? Imagine então vendo os peitos de duas senhoras de uma vez só...

E olha que elas ainda tem "mais a oferecer", hein!


Thiago Mattos.

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quarta-feira, agosto 12, 2009

Voce faz xixi no banho?



Se alguém ainda acha nojento, agora não tem mais jeito. Se você quer ser ecologicamente correto, não basta apenas abolir as sacolas plásticas da sua vida, fechar a porta da geladeira ou fazer coisas óbvias que todo mundo já está careca de saber. A onda agora é fazer xixi no banho.

A ideia da campanha da Fundação SOS Mata Atlântica é incentivar as pessoas a não desperdiçarem tanta água na descarga de um simples xixizinho. Fazendo xixi no banho, garantem eles, é possível economizar até 4.380 litros de água por ano.

Além de dar informações bacanas sobre ecologia, o site esclarece todas as dúvidas: "Xixi no banho não é nojento, nem transmite doenças - 95% do xixi é feito de água e os outros 5 % são ureia e sal".

"Apenas lembre-se de fazer o xixi logo no início do banho", lembra o site.

A moda tem tudo para pegar. E quem faz xixi está convidado!

Thiago Mattos.

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As semelhanças entre os golpes de Brasil (64) e Honduras (09)

O professor e pesquisador Pedro Paulo Funari (da Unicamp) compara o golpe que tirou Manuel Zelaya do poder em Honduras, em Junho deste ano, ao golpe militar de 1964 que tirou João Goulart do poder no Brasil.

Em entrevista ao UOL Notícias, o professor aponta semelhanças em ambos os golpes.

"Uma semelhança importante é que a ação ilegal dos militares - tirar um presidente do cargo à força é ilegal aqui e em Honduras - acabou referendada por um órgão legítimo, o Congresso", disse ele.

Funaria reconhece na condenação ao golpe pelo governo brasileiro uma ligação com o trauma já vivido por quem hoje está no poder, mas que antes havia conhecido os efeitos de um golpe militar no país.

Lula, que recebe Zelaya hoje (12) em Brasília, declarou que o golpe em Honduras é "um retrocesso democrático que não pode ser tolerado."

Para ler a entrevista completa com o professor da Unicamp, clique aqui.

Thiago Mattos.

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