domingo, agosto 31, 2008

O festival de aberrações já começou

Enquanto no norte da América, os partidos acabam de definir seus candidatos e vices à Presidência dos EUA (Barack Obama & Joe Biden vs. John McCain & Sarah Palin), aqui no sul da América, mais especificamente no Brasil, entramos cada vez mais no clima eleitoral onde prefeitos e vereadores serão eleitos do Oiapoque ao Chuí.

E é preciso ficar de olhos bem abertos porque o festival de aberrações começou.


As surreais e absurdas campanhas estão aí e não temos mais como fugir das Eleições, com as infames propagandas nos sinais de trânsito, na TV, nos adesivos e por toda a parte. Apesar de desanimador o panorama político, vale ficar de olho em certos candidatos.

Como podemos permitir que tais aberrações ainda consigam votos? Terá o Supremo Tribunal Federal (STF) alguma coisa a ver com isso?
O que têm nas cabeças dos ministros da mais alta Corte do país que liberam candidatos com ficha suja? Alguém por favor me explique isso!

Chama a atenção também que, dos 26 candidatos a prefeitos nas seis principais capitais do país (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife), apenas três deles publicaram a prestação de contas parcial de campanha nos seus sites. E o trio é carioca: Alessandro Molon (PT), Chico Alencar (PSOL) e Fernando Gabeira (PV). O que aconteceu com os outros? O que têm a esconder? Precisa responder?


Certamente, o voto obrigatório no Brasil merece ser debatido o quanto for necessário (se é válido ou não), mas que o ato de não votar não seja tomado como desculpa para se ausentar da discussão política.

Ainda que o senso comum insista que "política é chata" e os "políticos todos iguais", a esta altura do campeonato, a desinformação é fatal.


A história está aí para aprendermos com ela e, se não quisermos mais que ela se repita na sua pior faceta, não podemos mais errar o mesmo erro.


Thiago Mattos
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segunda-feira, agosto 25, 2008

Mapa de medalhas

Vale a pena conferir o mapa das medalhas feito pelo The New York Times. Muito legal!

Nessa contagem, contudo, os EUA ficam na frente por causa do maior número de medalhas.
Mas cada país adota o sistema de contagem que mais lhe convém.

Enfim, para conferir o mapa é só
clicar aqui no link.

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terça-feira, agosto 19, 2008

E você acredita em quê?

Os curiosos números das estatísticas mais uma vez estão aí: mais da metade (56,1%) da população que vive na região metropolitana do Rio não confia na Polícia Militar (PM), segundo a Pesquisa de Condições de Vida e Vitimização feita pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).

O mesmo estudo diz que 36% confiam em parte e 6,9% confiam totalmente, acredita? 6,9% é um número considerável, tendo em mente que representa uma parcela superior à quantidade de mães, esposas e familiares dos policiais!

Resta saber agora onde estão esses que
ainda acreditam em alguma coisa e encomendar outra pesquisa com o mesmo recorte.

Sugestões para perguntas:

Você que ainda acredita na PM, também acredita:
- No Papai Noel?
- No Coelhinho da Páscoa?
- No Presidente Bush?
- Nas boas intenções do seu candidato esse ano?
- Na potência olímpica eternamente injustiçada que é o Brasil?

Isso é que seria uma pesquisa bem feita!

Thiago Mattos.

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sexta-feira, agosto 08, 2008

08/08/08

A abertura dos Jogos Olímpicos de Beijing às 08h08m08s deste 8 do 8 de 2008 foi realmente um belo espetáculo de efeitos especiais, luzes, cores e fogos. Mas é preciso ver mais além, onde o espetáculo não mostra.

Com o lema "Um mundo, um sonho", a República Popular da China estará mostrando ao mundo que está aí com todo seu poder de volta, disposta a retomar seu sonho imperial. E o primeiro passo certamente será a busca por medalhas na disputa com os Estados Unidos pelo posto de nova potência esportiva.

Não é de hoje que a conexão entre esporte e política vem aumentando. Lembremos das Olimpíadas de Berlim em 1936, quando Hitler abandonava o palco ridicularizado e enfurecido com as quatro medalhas de ouro do atleta negro Jesse Owens em solo alemão.

Lembremos do Massacre da Praça da Paz Celestial (Tiananmen) em 1989, que sepultou a candidatura olímpica da China na época - diga-se de passagem: mais de 130 presos políticos seguem presos, 19 anos depois. Lembremos, mais recentemente, dos Jogos de Atlanta em 2004, época da invasão do Iraque pelos EUA, da autorização da tortura em Guantánamo, das prisões ilegais da CIA.

Agora, mais uma vez, é a vez da China. As polêmicas envolvendo os Jogos estão aí há muito tempo - pelo menos desde Burma. Falamos em poluição, pedimos direitos humanos, clamamos por liberdade. Mas o governo chinês não parece estar disposto a ceder.

Apesar de tentador, um boicote aos Jogos de Beijing não seria a solução. Devemos ter em mente a oportunidade que estas Olímpiadas podem fomentar, seja através das polêmicas que não podem mais ser ignoradas e precisam ser debatidas, seja nas atenções voltadas para um dos lugares mais problemáticos do mundo contemporâneo e na pressão que isso causa.

Afinal de contas, falamos de uma só China, a mesma que também sofre por desastres naturais e passa por momentos difíceis na reconstrução pós-tragédias. Devemos nos solidarizar com o povo chinês, guerreiro e sofredor, dividir as dores causadas por terremotos e governos. E torcer para que "um mundo, um sonho" se realize o mais rápido possível.

Thiago Mattos.

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