quarta-feira, outubro 18, 2006

O Rio de Janeiro continua lindo?

Eu sai do Rio de Janeiro, mas o Rio de Janeiro não sai de mim. Essa semana tive que apresentar um discurso sobre qualquer tema do meu interesse: escolhi a cidade do Rio de Janeiro.

Obviamente, comecei a falar das coisas pra gringo ver, do Cristo e do Carnaval, mas falei também dos nossos problemas sociais e da nossa riqueza cultural. As pessoas ficaram fascinadas tanto pela beleza natural quanto pelas histórias que contei da cidade, do jeito carioca de ser; eu fiquei morrendo de saudades.

Acho que poucos de nós, cariocas, sabem da nossa história e do valor que tem a nossa cidade. Como carioca, sempre que saio do Rio por muito tempo sofro de abstinência. Sinto falta da calçada de Copacabana, das esquinas da Lapa, sinto falta de odiar esse calor escaldante do centro da cidade, de reclamar dos motoristas de ônibus, de xingar os filhas-da-puta conterrâneos envolvidos nos escândalos políticos, de esbarrar nas pessoas apressadas e de me sentir parte ativa do lugar onde a atmosfera brasileira está em seu ponto máximo, brasileiríssima. Mas sentir falta nao basta, tem que participar.

Bem, vocês que estão no Rio têm muita sorte, mesmo que não percebam. Sorte por pisarem em solo abençoado, com tanta gente boa e tanta coisa legal pra fazer sem ter que gastar nada, sorte pela beleza ímpar que tem nossa cidade. Nós, cariocas, temos muita sorte por isso tudo mas, a falar pelas opções dos nossos candidatos a governador, putaquiupariu! Êta, azar da porra!

Vem cá, mas e se esse azar tiver uma ligação direta com a nossa falta de conhecimento do que se passa na nossa história? E se esse azar for apenas desleixo e falta de compromisso? Se não soubermos entender e dar valor ao que temos, como saberemos cuidar do que é nosso?

Thiago Mattos.

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quinta-feira, outubro 05, 2006

Acode, acode!!

Mesmo que o Yom Kippur e o Ramadan façam efeito em quem fez e não fez o jejum, o mundo ainda precisará de muito defumador para espantar os fantasmas que andam pelos quatros cantos, junto com os demônios de cada religião. Pra muita gente, o ano acabou de começar e é tempo de uma purificação.

Aqui na terra do Tio Sam, as escolas do interior continuam dando o que falar. Semana passada, Colorado, Pennsylvania e Wisconsin tiveram problemas sérios com crianças mortas de uma forma brutal por assassinos de última hora. Mas agora não é hora de falar disso.

Deu uma vontade muito grande de votar. Confesso, tá dando medo do Sr. Alckmin ganhar. Minha caixa de e-mails tem andado cheia de propagandas tentando me convencer por que devo ou não votar em Lula, explicando por A + B que Geraldo Alckmin é tudo de ruim que há num candidato etc.

Sei que não podemos mais personificar o poder de um país nas mãos de um presidente, temos que dar vida às iniciativas não-governamentais (nao estou falando de ONG, Deus me livre) e ver quem estão por trás de um projeto político. Além do mais, já pensaram no bem que nos fez essa desmistificação em torno da imagem imaculada de Lula? Que bom que não acreditam mais nele, isso pode fazer bem demais ao país que já está com um olho no padre e o outro no papa que só diz besteiras.

Todos me perguntam: vem cá, faz realmente alguma diferença quem vai ganhar? Andei pensando, pensando e cheguei à seguinte conclusão: faz sim. Lembrei do Brasil antes e depois de Lula, comecei a pensar nas merdas que começaram a aparecer. Engraçado, antes tudo era mais cheiroso, ao menos não fedia tanto. Antes, corrupção era um coisa que a gente ouvia falar distante, sabia que existia mas no final não dava em nada. Comecei a pensar que até que é bom que a gente fale mal do homem, critique, mas quando pensei no Brasil tendo o Sr. Alckmin como presidente, confesso mais uma vez, deu medo.

E hoje nem vou falar da situação da minha querida cidade do Rio de Janeiro, que dá vontade de sair gritando pára tudo, pára, pára!!! Como deixaram essas pessoas se candidatar, Deus do céu? Então, como disse um amigo, rezemos, oremos, clamemos pelo perdão supremo. Yom Kippur e Ramadan não podiam vir em melhor hora.

Thiago Mattos.

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