sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Parabéns, Darwin!

Comemoramos nesta semana o bicentenário do homem responsável por (tentar) mudar a maneira dos homens entenderem sua jornada na Terra, e também de entenderem o planeta em si. Mas apesar da idade, Charles Darwin está mais contemporâneo do que nunca.

O autor de A Origem das Espécies, um dos livros mais polêmicos já escritos, ainda sofre grande rejeição por conta de sua teoria da seleção natural, principalmente no que diz respeito à evolução dos seres humanos.

Alguns grupos religiosos defendem a criação do mundo por Deus e o começo da vida na Terra com Adão e Eva. Para tanto, baseam-se apenas nos relatos da Bíblia e negam o ancentral comum do qual todos viemos. Mesmo em pleno século XXI, execram Darwin como já execraram Galileu.

Não é difícil entender. Pesquisa feita na Inglaterra divulgada na semana passada, país de origem de Darwin, mostrou que metade das pessoas não acreditam na teoria da evolução ou tem dúvidas sobre ela. Isso sem mencionar as guerras travadas em escolas norte-americanas para o ensino criacionista em detrimento do evolucionista.

Por todo o mundo, assistimos o homem ainda comportando-se como um animal irracional, destruindo por prazer, crendo numa fé onde matar e morrer fazem parte de uma experiência divina, impondo e subjulgando outros em nome de ideias.

"Como nos salvar num mundo sem religião?" é o que alguns parecem se perguntar. Ainda que outros digam: "Um mundo com religião nunca esteve tão salvo assim".


Thiago Mattos.

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terça-feira, fevereiro 03, 2009

O partido sem alma

A vida política brasileira há muito não desperta interesse algum na maior parcela dos cidadãos. Partidos como o PMDB estão aí para nos ajudar a entender o por quê.


Desde 1964, esse partido essencialmente sem alma sintetiza de forma vistosa o que é e como é feita a política no Brasil. Não importa o governo, ideologias, nada; o PMDB sempre estará ao lado de quem manda. E com essa fórmula mágica acaba sempre mandando também.

A recente vitória do partido para a presidência da Câmara e do Senado Federal demostra mais uma vez o grau de hegemonia política que faz do PMDB o partido mais influente da atual política nacional.

Vamos lembrar que o partido agora ocupa as duas presidências do Legislativo; cinco ministérios e diversas diretorias e presidências de importantes estatais, no Executivo; além de ter eleito uma boa quantidade de governadores e prefeitos no último pleito.

Com a eleição de José Sarney (AP) e Michel Temer (SP), controlarão um orçamento de mais de R$ 6 bilhões e uma estrutura com milhares de funcionários, emissoras de rádios e TV, gráficas, informativos diários, enfim, mandarão e desmandarão num bom pedaço do que é o Brasil. Isso sem mencionar a influência política que vem à reboque de tudo isso.

Assim ficaria fácil questionar como pode alguém se interessar por um jogo onde as cartas já estão marcadas. Dito o óbvio, fica a indagação: essa política nojenta que nos deixa apáticos ou por sermos tão apáticos temos o que merecemos?

Muito de "por que o PMDB é o que é" deve-se a mesma razão - quiçá um reflexo - de "por que somos como somos". E aí fica fácil entender as regras políticas que temos - nós as louvamos e aceitamos - e também por que simplesmente estamos assistindo continuamente a mais do mesmo.

Cada um de nós está acostumado a pensar primeiro em si, sem saber o que é pensar coletivamente. As pequenas vantagens, o lixo no chão, nossa ética é especial. Por isso, só no Brasil poderia haver um partido político como o PMDB - o partido sem alma.

Thiago Mattos.

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