terça-feira, fevereiro 03, 2009

O partido sem alma

A vida política brasileira há muito não desperta interesse algum na maior parcela dos cidadãos. Partidos como o PMDB estão aí para nos ajudar a entender o por quê.


Desde 1964, esse partido essencialmente sem alma sintetiza de forma vistosa o que é e como é feita a política no Brasil. Não importa o governo, ideologias, nada; o PMDB sempre estará ao lado de quem manda. E com essa fórmula mágica acaba sempre mandando também.

A recente vitória do partido para a presidência da Câmara e do Senado Federal demostra mais uma vez o grau de hegemonia política que faz do PMDB o partido mais influente da atual política nacional.

Vamos lembrar que o partido agora ocupa as duas presidências do Legislativo; cinco ministérios e diversas diretorias e presidências de importantes estatais, no Executivo; além de ter eleito uma boa quantidade de governadores e prefeitos no último pleito.

Com a eleição de José Sarney (AP) e Michel Temer (SP), controlarão um orçamento de mais de R$ 6 bilhões e uma estrutura com milhares de funcionários, emissoras de rádios e TV, gráficas, informativos diários, enfim, mandarão e desmandarão num bom pedaço do que é o Brasil. Isso sem mencionar a influência política que vem à reboque de tudo isso.

Assim ficaria fácil questionar como pode alguém se interessar por um jogo onde as cartas já estão marcadas. Dito o óbvio, fica a indagação: essa política nojenta que nos deixa apáticos ou por sermos tão apáticos temos o que merecemos?

Muito de "por que o PMDB é o que é" deve-se a mesma razão - quiçá um reflexo - de "por que somos como somos". E aí fica fácil entender as regras políticas que temos - nós as louvamos e aceitamos - e também por que simplesmente estamos assistindo continuamente a mais do mesmo.

Cada um de nós está acostumado a pensar primeiro em si, sem saber o que é pensar coletivamente. As pequenas vantagens, o lixo no chão, nossa ética é especial. Por isso, só no Brasil poderia haver um partido político como o PMDB - o partido sem alma.

Thiago Mattos.

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3 Comments:

Blogger Carlos de Castro said...

Em primeiro lugar feliz aniversário de novo. Em segundo lugar acho que o PMDB vendeu a alma pro diabo há muito tempo, quando Sarney, presidente da ARENA e do PDS, partidos que representavam a ditadura militar, ingressou no partido e chegou a presidência da república. O antigo MDB tinha em seus quadros opositores de verdade.Deputados que não tinham medo da cassação e combateram a ditadura. Esse PMDB é o cúmulo do fisiologismo. Abração

10:56 PM  
Blogger Sangue de Barata said...

Este comentário foi removido pelo autor.

2:11 PM  
Blogger Sangue de Barata said...

Não acho que o PMDB tenha tido algum dia um alma pra vender.

8:49 PM  

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