Vai parar?
A nova campanha do Ministério da Saúde traz uma questão interessante: as imagens chocantes impressas nos maços de cigarro conseguem, afinal, atingir seus objetivos? Alguém realmente deixa de fumar de tanto ver fetos podres, pulmões estragados, cabeças abertas ensangüentadas, etc. etc. etc? Não tenho tanta certeza.
Os fumantes (de maneira geral) sabem dos riscos do cigarro à saúde, mas as informações sobre tais malefícios não fazem (por si só) alguém parar de fumar.
Todos já sabem que “este produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas” mas o vício e o prazer de fumar acabam falando mais alto.
Então qual é o verdadeiro impacto causado pelas referências ao aborto espontâneo, derrame, envelhecimento precoce, impotência sexual (entre outros problemas)?
De qualquer forma, a nova campanha está aí, amparada por números e números.
200 mil pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência de doenças associadas ao tabaco - o que gera uma despesa de R$ 400 milhões por ano somente em atendimento médico. O Brasil tem cerca de 23 milhões de fumantes. Faça você mesmo as contas.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defende ainda a taxação dos cigarros, já que o preço no Brasil é um dos mais baixos no mundo. Para se ter uma idéia, um maço de cigarros na França custa em média € 5 (quase R$ 15). Além disso, uma medida ainda sem data para ser votada no Congresso quer proibir o fumo em ambientes fechados.
Mas fica a pergunta que não quer calar: se não informação, fortes imagens ou o que mais vier para esclarecer e alertar os malefícios do cigarro, o que realmente é preciso para parar?
Thiago Mattos.




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