sábado, maio 19, 2007

¡Viva la Revolución!

Nem a notícia de que o príncipe levado não vai mais à guerra, nem a demissão de Paul Wolfowitz do Banco Mundial (bom exemplo para alguns de nossos políticos que cismam em promover os seus), nem outra descoberta de mais esquemas de corrupção envolvendo nomes de parlamentares subornados a liberar verbas para obras irregulares, muito menos a proposta desesperada do governo sugerindo dar dinheiro como prêmio aos alunos de escola pública que passem de ano.

Nada tem me chamado mais atenção do que o fenômeno dos blogs impulsionados pela revolução silenciosa que se forja na Internet, mudando hábitos e determinando toda uma nova cultura moderna e dinâmica.

A qualidade de muitos desses blogs - seja em qual língua for - desafia e compete com as mais conceituadas agências de notícias, já que, por estarem fora dos grandes veículos de comunicação, providenciam um diferencial inigualável no olhar sobre as coisas. A Internet tem permitido que essa diversidade de olhares se expresse e interaja com uma força nunca vista antes - a tão falada web 2.0.

As grandes corporações detentoras da verdade – por aqui apelidadas de imprensalão - estão de cabelo em pé, pois o monopólio sobre os fatos escorrega de suas mãos de maneira rápida e irreversível. Nada pode ser mais atraente do que um mesmo mundo com seus diversos olhares e contribuições.

Eu mesmo, quando quero ler sobre uma notícia na Internet, raramente vou correndo aos jornais – e nunca somente a eles. Fanzineiro antes mesmo de me tornar um blogueiro, leio os blogs hoje como quem lia os fanzines tempos atrás. O cheiro artesanal não é o mesmo mas a essência punk do-it-yourself se mantém. Só que agora em maior escala.

Descobrir que um montão de gente por aí pensa como você, perceber opiniões diferentes das suas ou simplesmente ter acesso ao conteúdo produzido e criticado por pessoas que tem tanto a dizer mas nunca teriam chance numa mídia vertical, tudo isso é fascinante.

A dedicação impagável de pessoas comprometidas apenas em democratizar a informação, suas contribuições dentro dessa revolução silenciosa feita por cada um de nós em tempo real, as vozes que potencializam e cada interferência ativa nossa no processo, enfim, o papel dos blogueiros está mudando o mundo.

E duvido que nos exigirão diplomas pra isso.

Thiago Mattos.

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5 Comments:

Blogger Seu Cuca said...

Hey,

só não se esqueça de contar os milhares de "falsos" blogs por aí, feitos exclusivamente para promover determinado tipo de idéia e muitas vezes mantidos por grandes empresas de propaganda.
Também não se esqueça de contar as ações de marketing baseadas no YouTube e em todos os imbecis que desenvolveram alguma no Second Life.
Por fim, lembre-se das bandas lançadas para promover cigarros. Das festinhas da moda que reúnem e cooptam os "blogueiros" e do merchandise que está por aí.
E que, em 2007, "punk do-it-yourself" está mais para "emo buy-it-in-the-great-shops".

4:47 PM  
Anonymous Anônimo said...

Thiago, voce disse tudo, hoje o blog é o fanzine de ontem, com a vantagem de alcançar pessoas no mundo todo. Quando terminei o curso de jornalismo no século passado, eu pensava em jornalismo democrático, imprensa livre, opinativa, desamarrada dos leads, gente como voce que sabe pensar e fazer.Pensávamos em rádios piratas, liberdade de expressão. Quanto ao diploma de jornalismo, penso que a faculdade ensina muitas teorias e o verdadeiro jornalista se forma na prática diária. Mas essa prática diária também obriga o jornalista, devido a pressa do fechamento das edições, a se tornar superficial na maioria das vezes.Além disso, existe a auto-censura e a censura imposta pela linha editorial do veículo. Mas a culpa não é do jornalista, ele tem que comer. A imprensa não é a Globo. Milhares de jornalistas estão fazendo o seu trabalho pelo pão nosso de cada dia correndo risco de morte e demissão. O blog funciona como uma revista, atualização semanal, tempo para pensar, todo jornalista independente sonha com isso. sobre o movimento punk, ele surgiu patrocinando uma loja, a sex shop do Malcolm Maclaren, empresário dos Sex Pistols, nem por isso os Pistols eram uns vendidos. Abração

5:46 PM  
Anonymous Anônimo said...

Eis a geração "banda larga"...

vozes infinitas e cada uma delas independentes talvez seja este o auge da liberdade de expressão.

a propósito, o movimento punk não surgiu para patrocinar uma loja de fetiches; foi o sex pistols que precisou de um encorajamento para expalhar "anarchy in the UK". O Ramones surjiu da maneira convencional, assim como o the clash, que apesar de terem atitudes sincronizadas com o seu empresário, marcaram e difundiram o movimento. o punk não é um movimento falso ou meramente comercial, ou melhor, não é só meramente comercial; houve um tempo em que bandas como Crass literalmente tocava o terror em países como Inglaterra, o governo inglês chegou a declarar que eles eram a pior coisa do reino unido. Infelizmente, o que era punk daquele tempo, se involuiu para emotion hardcore de hoje, é preciso saber para onde seguir para que a geração banda larga não se involua também.. mas de qualquer forma, se não temos a expressão punk na música, temos (além dela nos blogs) no cinema com: Snatch, Trainspotting, Jogos, Trapaças e 2 Canos Fumegantes, Clube da Luta... ou seja, sempre buscamos a independência

abraços Thiago,

Rodrigo (primo).

9:00 PM  
Blogger Zaira Brilhante said...

hahaha eh isso ai amiguinho!!! e vivam os blogueiros... essa massa de inconformados... ou simplesmente formados... (ou nao) que precisam falar, falar, falar... quem sabe eles um dia nao prestam atencao realmente naquilo que ja dizemos ha tanto, mas tanto tempo... :)
ps: to de olho de freelas... sabendo de algo da um toque, ok? besos besos!

12:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Rodrigo, aquele tempo, que voce leu, eu vivi. Ninguém chamava o punk de movimento, no Brasil era desconhecido,na Inglaterra a coisa apareceu como uma rebelião periférica de imigrantes jamaicanos e uma juventude inglesa niilista e sem perspectivas embalada por ska e reggae. Em seguida aqui em pindorama surgiram os punks de boutique como o supla que copiou tudo do Billy Idol. Aqui só se ouvia Nazareth, Queen, Bechman Turner Overdrive, Kiss, Uriah Heep, Slade,Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Steve Miller Band. E eram revolucionários, ha, ha, ha, ha, ha. Ramones? Pistols? Clash? Nem pensar, só passaram a ser conhecidos depois da Fluminense FM nos anos 80. New York Dolls? Idem. Em 1973 o Alice Cooper veio em turnê ao Brasil para a promoção do Billion Dollar Babies e o Maracanãzinho botava gente pelo ladrão. Em 1974, foi a vez do revolucionário, ha, ha, ha, ha, ha, Rick Wakeman, que lotou o estádio. O dino da silva sauro que vos fala foi nos dois. Para sua informação, nos anos 80, em 1982, para ser exato, em São Paulo ocorreu o festival punk começo do fim do mundo, depois disso os alternativos ficaram conhecendo bandas como Cólera, Ratos de Porão, Olho Seco, Coquetel Molotov. Naquela época o gênio da raça da vez era o Chico Buarque, nem sempre foi o " banana de pijama" Caetano Veloso, que saiu com essa pérola: O Brasil não precisa importar os punks porque já temos, são os nossos pivetes. A globo como sempre, transformou a espontaneidade da periferia em lixo, transformando o festival de São Paulo em uma reunião de bêbados. Um abração

1:48 PM  

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