segunda-feira, junho 12, 2006

Um negócio chamado futebol

Não precisamos mais esperar. Começou a 18ª. edição da Copa do mundo, desta vez na Alemanha. As mais importantes seleções de futebol entram em campo disputando, entre outras coisas, o título de melhor do mundo. Até aqui a disputa vai bem; o problema está entre as ‘outras coisas’.

Como todos sabemos, atualmente o futebol é um negócio altamente lucrativo. A profissionalização do esporte veio a reboque do patrocínio de empresas que se tornaram grandes corporações e movimenta hoje grandes somas de dinheiro. O jogador, que antes jogava pelo amor ao clube, hoje segue o faro de uma figura nova que virou titular: o agente ou empresário. O amor pela camisa agora tem um preço – e também um prazo. Os grandes clubes tornaram-se grandes empresas negociadoras de passes e o futebol, como um esporte puro, já não mais existe; tornou-se business.

Não há dúvidas que esse fenômeno esportivo não é privilégio do futebol, as grandes corporações entram no negócio em forma de acessórios esportivos, fabricando chuteiras, camisetas ou o que for. Qualquer outro esporte que necessite equipamentos sofre a mesma pressão. Mas o futebol tem um appeal particular.

De acordo com uma empresa de pesquisa britânica chamada Football Economics, calcula-se que 17% da população mundial acompanhará pela TV a final da Copa do Mundo; uma oportunidade de estratégia publicitária que as empresas de material esportivo aproveitarão muito bem para inchar suas receitas.

Chama a atenção também uma reportagem que saiu no Financial Times, a bíblia dos economistas, sobre um relatório de 36 páginas encomendado pelo G14 (agremiação que reúne os 18 mais importantes clubes europeus) sugerindo que a Copa do Mundo e da Europa seja realizada a cada dois anos. O relatório ainda ousa sugerir um aumento de 32 para 48 equipes presentes na Liga dos Campeões Europeus, o que faria a receita dos clubes europeus aumentar para 600 milhões de euros. Em contrapartida, os clubes brasileiros, que cada vez mais exportam seus craques, pouco tem a ganhar, já que o dinheiro girado por lá passa pouco por aqui.

Na realidade brasileira, o futebol ganha uma conotação especial e pode explicar muita coisa em termos sociológicos e antropológicos. Entretanto, devemos também atentar para os 'perigos econômicos' que usa o futebol como fachada. A comoção nacional que o futebol invoca e a identificação coletiva que ele gera merecem ser entendidas por menos fanatismo e aplicados em campos mais férteis, como a política, que acaba usando o futebol para alienar o povo e desviar as atenções. No final, o que rola em campo de mais importante torna-se secundário e passa despercebido pelos olhos de quem assiste aos jogos. Mas, e depois que o jogo acabar?


Thiago Mattos.

Marcadores: ,

7 Comments:

Blogger Marco Aurélio said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

3:00 PM  
Blogger Marco Aurélio said...

Thiago

Acho que esta postagem:

http://profcorelio.blogspot.com/2006/02/o-uso-poltico-do-futebol.html

tem a ver com essa sua.

Está sabendo do pedido de prisão de Cafu, lateral da selecinha, por envolvimento na falsificação de documentos para a obtenção de passaporte e de cidadania Italiana?

Um abraço

Marco Aurélio

3:01 PM  
Anonymous Anônimo said...

Oi Thiago!
bom ter esse lado crítico. e acho que alem de tudo isso, o lado business do futebol aumentando cada vez mais, tem a alienação pra varias coisas que tbm deveriam ser expostas para o mundo assim, de forma gobal.
em fim... um dia, ou não, a gente chega lá!

um beijo!!! Taís

9:50 PM  
Anonymous Anônimo said...

É verdade, Thiago
A gente só lembra de ser patriota na Copa.
E se a gente usasse esse nacionalismo pra cuidar do país, pra escolher melhores nossos políticos? Acho que devemos nos ver como brasileiros além do apelo da copa.

11:03 AM  
Anonymous Anônimo said...

O futebol é uma das poucas coisas q prestam no Brasil, então temos + é q dar valor msm, quem vai se interessar por política quando a situação ta como ta? O negócio é torcer pro Brasil ganhar pra ter mais dias de folga no trabalho, DÁ-LHE BRASIIIIIL!

1:29 PM  
Anonymous Anônimo said...

Alguns chiffros

15 : numero de empresas que podem chamar-se "partenar oficial" : Adidas, Anheuser-Busch, Avaya, Coca-Cola, Continental AG, Deutsche Telekom AG, Emirates Airline, Fujifilm, Gillette, Hyundai, MasterCard, McDonald’s, Philips, Toshiba et Yahoo.
Cada um paga entre 31 e 62 milhões de euros

15 000 : numero de volontarios e numero de representantes da pressa


33 000 : salario, em euros do "salario" de cada juiz (23) e assistante (60). A mitade foi dado aos juizes que participaram das seleções.


700 000 : custo (em euros) da realisação do site para vender os ingressos


2,9 milhões : numero de ingressos (de 35 até 600 euros). No eBay ingressos pela final foram comprados por 2000 euros


15,6 milhões : o que vai ganhar (em euros) o campéõ. O secundo somente 14,3 e o 3o e o 4o 13,7


136 milhões : beneficio da FIFA em 2005. Somente 100 milhões en 2004


430 milhões : budgeto (€) previsional da copa


820 milhões : estimação do que as publicidades vão trazer.


5,2 milhiares (5,2.10^9€) : para os operadores de telefone

8:54 PM  
Anonymous Anônimo said...

EM PRIMEIRO LUGAR: TORCER POR QUAL SELEÇÃO BRASILEIRA? ESSA SELEÇÃO É EUROPÉIA!!! ALGUÉM VIU A CASINHA DO ZÉ ROBERTO EM MUNIQUE? SER BRASILEIRO É VAIAR O LULA"NÃO SEI DE NADA" DA SILVA E TODOS OS FACÍNORAS DO PT. O FUTEBOL É COISA DE CARTOLAS À MUITO TEMPO E A CORRUPÇÃO INFELIZMENTE ALCANÇOU OS GRAMADOS DO BRASIL, DA ITÁLIA, ALEMANHA, É SÓ LER OS JORNAIS. NESSES PAÍSES DEZENAS DE ÁRBITROS FORAM ACUSADOS DE CORRUPÇÃO. LEIAM E GUARDEM: A ALEMANHA VAI GANHAR ESSA COPA APESAR DOS PESARES, VAI VALER ATÉ GOL DE MÃO, E OUTRA, O BRASIL SÓ CHEGOU A SER PENTACAMPEÃO DEVIDO AS ARTIMANHAS DO SENHOR JOÃO HAVELANGE E DOS PÊNALTIS MARCADOS NAS OUTRAS COPAS. KAKÁ SÓ MARCOU AQUELE GOL PORQUE O ATACANTE KOVAC DA SELEÇÃO CROATA FOI NEUTRALIZADO EM UMA JOGADA DESONESTA.

10:00 PM  

Postar um comentário

<< Home