domingo, janeiro 21, 2007

A suiça existe?

A edição do Fórum Social Mundial (FSM) deste ano acontece até o dia 25 de Janeiro em Nairóbi, Quênia. O FSM, que generosamente muda de endereço a cada ano, acontecerá pela primeira vez em solo africano, desde sua criação em 2001, numa celebração de resistência e diversidade cultural.

Durante o encontro, que se opõe ao famigerado Fórum Social Econômico, serão discutidas soluções imediatas para o caos social conseqüente da globalização e da onda política neoliberal. As estimativas chegam a prever cerca de 150 mil pessoas na edição do FSM deste ano, dentre elas intelectuais, artistas, articuladores civis e políticos de toda a parte comprometidos com as mais diversas causas sociais.

Quase ao mesmo tempo acontecerá em Davos, Suíça, o Fórum Econômico Mundial, este até o dia 28 de Janeiro. Enquanto Davos recebe a elite financeira e política do mundo – chefes de Estado, economistas, donos de bancos, empresários –, Nairóbi acolhe todo o resto que sofre as com as conseqüências das decisões dos frequentadores do primeiro, ou seja, todos os que não são donos de bancos, presidentes e empresários ambiociosos (desculpe a redundância).

É mais ou menos assim: quem fica de fora em Davos poderia ir reclamar em Nairóbi, deu pra entender? É fácil. Vamos pensar nas pessoas que vão a cada uma das festas. Angela Merkel, Tony Blair e Mahmoud Abbas vão a Davos; Martinho da Vila vai a Nairóbi; Lula que sempre ia aos dois, este ano só irá a Davos; Hugo Chavéz, rejeitado em Davos, vai a Nairóbi. Eu, que não vou a nenhum dos dois, se pudesse escolher iria a Nairóbi. E você, cara pálida, em qual deles gostaria de estar?

Thiago Mattos.

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6 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Religião, camisinha e cultura se misturam no Fórum Social Mundial
O padre Leo Marga Ashram se levanta para pregar. Não fala de religião, mas sobre a importância do uso de pílulas anticoncepcionais e preservativos. Conta que em seu país, o Sri Lanka, os médicos do sistema público de saúde incentivam a esterilização das mulheres. Ashram defende, em vez da ligação de trompas, o incentivo ao uso de métodos contraceptivos.
Sentada na arquibancada do Moi International Sport Center, complexo esportivo onde se realiza o 7º Fórum Social Mundial, a platéia acompanha atenta o difícil inglês com sotaque do Sri Lanka gritado por Ashram. Uma das presentes é a freira Yohana Temba, da Tanzânia. Integrante da entidade católica Instituto da Vocação Juvenil, a irmã Yohana veio ao país vizinho para "apreender o espírito do Fórum Social e abrir nossas cabeças".
A freira africana fica impressionada com o relato de seu companheiro de fé sobre a esterilização em massa na Ásia. Mas não concorda com a proposta de incentivo aos anticoncepcionais: "Tudo isso acontece porque não fazemos como nossos ancestrais, que aplicavam a disciplina e o auto-controle".
Diferente na devoção espiritual, o muçulmano Mohammed Mahuruf concorda com o padre Ashram, seu conterrâneo do Sri Lanka. "Em vez da esterilização, os médicos devem incentivar o planejamento familiar, mostrando as opções como pílula e camisinha", afirma Mahuruf, da organização Cordaid.
"O problema da religião é que as pessoas não praticam o que lêem na Bíblia", reclama a ginecologista católica Catherine Lalobo Lore, que fechou sua clínica após 20 anos de trabalho, para se dedicar à educação sexual de mulheres. "Temos uma cultura, na África, em que a mulher é monogâmica e o homem, poligâmico. As mulheres não usam preservativos e acabam infectadas em sua própria cama", afirma Lore.
Longe da cultura africana, a argentina Lourdes Bagur vive a mesma situação em Córdoba, onde trabalha como assistente social no governo da província. "O mais interessante desses encontros é a troca de experiência para saber o que, apesar de tantas diferenças culturais, temos de comum em nosso dia-a-dia".


Agência Brasil

10:44 PM  
Anonymous Anônimo said...

Fórum critica fundações de Bill Gates e Rockefeller

A Fundação Rockefeller e a fundação dirigida pelo magnata da informática Bill Gates foram hoje duramente criticadas durante o primeiro dos quatro dias destinados a debates e propostas no Fórum Social Mundial (FSM), que está sendo realizado em Nairóbi.

As duas instituições anunciaram recentemente a criação de uma Aliança para a Revolução Verde na África, na qual pretendem investir US$ 150 milhões.

"A estratégia de Gates e Rockefeller servirá apenas para tirar totalmente as posses dos agricultores africanos. Seu método é completamente obsoleto", disse Vandana Shiva, conhecida ativista indiana.
Segundo a organização Food First, os que apóiam a iniciativa acreditam que melhorará a vida dos pobres camponeses africanos que não se beneficiaram da "revolução verde" que ocorreu na Ásia a partir dos anos 60.

A ação consistiu na distribuição de sementes híbridas, adubos e pesticidas aos agricultores, com o objetivo de aumentar a produtividade das terras.

No entanto, as substâncias químicas presentes nos adubos e pesticidas "provocam a perda da diversidade agrária, a base para a vida dos camponeses e equilíbrio ambiental", de acordo com a Food First.

"A revolução verde na Índia destruiu a terra mais rica do país e, onde antes eram plantadas até 250 variedades de semente, hoje são plantadas apenas três: milho, arroz e algodão. Não produziu mais comida, só mais arroz e menos legumes", disse Shiva.

"Os camponeses se endividam para pagar os caros sementes e adubos, e, com preços como os do algodão caindo, estão endividados.

Mais de 150 mil agricultores suicidaram-se na última década devido ao desespero por suas dívidas; outros estão vendendo seus rins para pagá-las", acrescentou a ativista.

"Isto é o que queremos para a África?", questionou Shiva. "Mais alimentos podem ser produzidos trabalhando em conjunto com a terra, não contra ela; preservando a biodiversidade, não destruindo-a", acrescentou a ativista.

Segundo a indiana, ensaiar uma revolução verde na África não ajudará os camponeses, mas sim as empresas produtoras de pesticidas ou a indústria multinacional de sementes, que gera um lucro de US$ 1 trilhão ao ano, segundo Shiva.

Também participaram do ato camponeses da Etiópia, que defenderam a volta a um sistema "livre de adubos".

"Tive que vender minhas vacas para pagar os produtos químicos", afirmou Borena Gergera, morador da região de Oromo.

"Nós, os agricultores, deveríamos dizer não a qualquer imposição que reduza a variedade de sementes que podemos plantar", acrescentou Gergera.

Os tambores africanos não deixaram de soar durante o primeiro dos quatro dias dedicados aos debates do fórum, que acontece em um complexo esportivo a aproximadamente 18 quilômetros do centro da cidade.

No local, os presentes tiveram que esperar até duas horas na fila para conseguir se registrar.

Alguns dos atos previstos para primeira o início do dia não ocorreram, mas, conforme o dia avançava, os stands de várias organizações foram enchendo de participantes, panfletos informativos, artigos de comércio à venda e artesanato africano.

Mais de 100 mil pessoas são esperadas na sétima edição do FSM em Nairóbi, cujo lema é "Outro Mundo é Possível". O evento é realizado desde 2001 em janeiro para coincidir com o Fórum Econômico Mundial, que acontece na cidade suíça de Davos.

No programa do FSM, estão mais de 600 atividades diárias organizadas pelos movimentos participantes.

Estão detalhados no programa os debates, mesas-redondas e exposições, que abordarão tópicos como violência contra as mulheres, direito à terra das populações indígenas africanas, promoção dos direitos humanos e um debate sobre ONGs e neocolonialismo.

EFE

9:03 AM  
Anonymous Anônimo said...

Palavras de ordem contra imperialismo abrem FSM

O Fórum Social Mundial (FSM) começou hoje em Nairóbi, com a presença de milhares de pessoas que proclamaram palavras de ordem contra o imperialismo e lembraram músicas de Bob Marley.

O primeiro dia do fórum começou com uma marcha popular da comunidade de Kibera, uma das maiores da África, até o parque Uhuru, onde aconteceu a cerimônia de inauguração.

"Venho de Kibera, não tenho trabalho, apenas pequenos empregos e luto a cada dia para sustentar meus filhos", disse Cristina Wanyala, viúva de 55 anos, mãe de nove filhos e que participou da marcha.

"Quero que as coisas mudem, e que mudem para melhor", acrescentou.

No parque Uhuru, acrobacias, danças africanas e shows de vários músicos de diferentes países da África acompanharam as mensagens de boas-vindas aos representantes de várias regiões do mundo. O cantor e compositor brasileiro Martinho da Vila também se apresentou.

Segundo o ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência da República, que chefia a delegação brasileira, "mostraremos os resultados dessas políticas sociais e vamos também conhecer as do outros países".

Enquanto os presentes cantavam a famosa música de Bob Marley "Get up, stand up", uma representante dominicana, membro da organização Via Campesina, enviou aos presentes "uma grande saudação revolucionária".

"Somos camponeses, agricultores, mulheres, indígenas da América Latina e nos unimos com a África na esperança. Somos contra os que se apoderaram de nossa riqueza e que implantaram um modelo neoliberal que privatiza nossa terra e nossa água", afirmou.

"Pedimos paz e justiça social para todo o mundo", disse um ativista italiano que falou em nome dos participantes da Europa.

"Como europeus, temos muita responsabilidade pela situação atual.

Sinto o peso de nossa responsabilidade histórica e peço desculpas pelo que nossos antecessores fizeram, e pelos que nossos atuais Governos fazem", acrescentou.

O diretor da Cooperação Internacional da organização Intermón-Oxfam, Fran Equiza, disse esperar que do Fórum "saiam propostas de melhorias e alternativas, e que contribua para dar visibilidade à África positivamente".

Kivubiro Tabawebbula, artista de 55 anos e natural de Uganda, observava o espetáculo com um sorriso no rosto.

"Lembra as concentrações dos anos 70 nos Estados Unidos e no Canadá. Vivi dez anos lá e participei ativamente das manifestações a favor dos direitos civis e contra o apartheid", disse.

Quem tomou a palavra durante mais de meia hora foi o ex-presidente da Zâmbia Kenneth Kaunda, que lembrou "os enormes desafios que a humanidade enfrenta, como a pobreza, a aids, os conflitos e a discriminação por sexo, raça, etnia ou situação econômica".

"Mas a história dos africanos passa pelo comércio de escravos, o colonialismo e a luta contra o apartheid. Lutamos contra a exploração, o que mostra que é possível superar a injustiça", acrescentou Kaunda.

Com o lema "Outro mundo é possível", o FSM é celebrado desde 2001 coincidindo com o Fórum Econômico Mundial da cidade suíça de Davos.

Espera-se que mais de cem mil pessoas compareçam à reunião em Nairobi.

Neste domingo, terão início os quatro dias de debates, mesas-redondas e exposições, que abordarão, entre outras questões, temas como aids, paz e conflitos, juventude, situação das mulheres, imigrações e diáspora, dívida externa, reforma agrária e privatização dos bens comuns.

Serão mais de 600 atividades diárias organizadas pelos movimentos participantes durante os dias de debates, por isso, a qualquer hora do dia, o visitante poderá escolher entre 200 atos que estarão acontecendo simultaneamente.

EFE

9:05 AM  
Anonymous Anônimo said...

Só faltava essa, barraram o Dalai Lama no Fórum para não desagradar a China. Dá prá imaginar o Papa sendo barrado no Quênia? Olha meu amigo vou te dizer o seguinte, entre ver girafinhas pastando ou comer chocolate suiço eu prefiro a segunda opção, além do mais eu detesto calor e gosto de fondue. abração

3:51 AM  
Anonymous Anônimo said...

Temos que conhecer as duas realidades dos fóruns, pois é muito bonito falar em social, entretanto para que o que se diz torne-se açao é necessário que arregacemos as mangas e peguemos mesmo no pesado. O que significa isso? Nao adianta ficarmos na utopia de que um mundo melhor é possível, fazendo conjecturas e nao lutar-mos. Venho de uma família pobre, nao tive a presença de um pai na minha educaçao e, hoje com 33 anos, resolvi que EU devo mudar a minha realidade. Fui à luta e hoje estou cursando uma faculdade pública. Nao temos que nos considerar coitadinhos porque os ricos nao nos deram oportunidades. Temos que fazer acontecer as nossas oportunidades e, graças a Deus, estou percebendo que muitos jovens estao seguindo este mesmo raciocínio e espero que muitos mais atentem para este novo caminho de libertaçao: O conhecimento.

11:12 AM  
Anonymous Anônimo said...

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5:30 PM  

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