O cidadão brasileiro médio
A desmoralização da Câmara dos Deputados e a ocupação do Exército em algumas favelas cariocas demonstram bem o arquétipo do cidadão brasileiro médio. É fácil reconhecer um cidadão brasileiro médio: ele carrega consigo idéias medíocres.
Quando ouvimos numa conversa de boteco coisas como “Eu é que queria ganhar mensalão” ou “Todo político mete a mão mesmo”, fica claro o sintoma que aproxima toda uma população. Essas frases medíocres denunciam um absurdo comum: o conformismo presente na boca do povo. E quando digo povo, envolvo todas as camadas, do primeiro andar à cobertura.
Assim, fica fácil também entender porque acontece o que acontece na Câmara dos Deputados, todo esse acordo de compadres que salva os colegas. Brasília e todos os deputados federais que votaram contra a cassação dos envolvidos no escândalo do caixa 2 é apenas um microcosmos do que é o Brasil, ou melhor dizendo, de como manifestam-se as idéias medíocres do cidadão brasileiro médio.
O cidadão brasileiro médio existe por toda a parte e é este mesmo cidadão que também participaria do acordão para livrar a cara do seu colega que roubou 20 ou 100 mil, afinal, no lugar de seu colega (outro cidadão brasileiro médio) ele também faria o mesmo (quem não faria?).
O mesmo acontece com a parcela da população que apóia a ocupação do Exército brasileiro em alguns morros do Rio de Janeiro para o resgate de 10 fuzis e uma pistola que haviam sido roubados de um quartel. Os pensamentos sanitaristas se reproduzem através da boca do cidadão brasileiro médio que acha normal apontar um tanque de guerra para o próprio povo, não importa que haja criminosos no meio (onde hão há?).
Precisamos tratar melhor novo povo e, por que não, nossos “criminosos”. Mas o cidadão brasileiro médio quer mais é ver o circo pegando fogo, quer mais é que morra toda essa raça descalça que não usa paletó (ainda que seja um deles). Esse é o sujeito que grita “Mata!”, “Lincha!”, “Tem tudo é que morrer!”,e é quem absurdamente defende a cadeira elétrica. Mas na verdade é apenas um cidadão sendo usado para a manifestação de idéias, sejam elas liberais, conservadoras ou revolucionárias.
Marcadores: brasil, comportamento, política
3 Comments:
Tô impressionada como esse menino escreve bem!!! =)
é de verdade um cientista social, não é?
Thi, adorei te ver hj, de verdade! fez meu dia melhor!
beijocas!
fala aew kra!pow tu eskreve bem msm,parecia q eu tava lendo 1 materia de jornal hehe =P e pow tu usa umas n sei bem se esse eh o nome ironias e sarcasmos no texto fiko bem legal assim!vlw abraço
Acho que são problemas distintos.
Quanto as idéias medíocres, como escrevi da outra vez, não tenho certeza se elas são exclusividade nacional. Acho que mais do que o comodismo isso é fruto da mentalidade de só enxergar o próprio umbigo... O velho hábito de ignorar o bem do país, da cidade ou do estado se você pode resolver o seu lado.
Já quanto ao exército acho muito complicado. Não sou a favor de ocupação em lugar nenhum mas acho que estamos muito próximos de uma guerra civil. O grande problema de uma ocupação é o cerceamento de direitos mas no fundo nós já temos que evitar fazer várias coisas pela situação que nos encontramos.
Abraço
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